quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mentira

É o dia, e palavras não faltam.
Cada suspiro apertado, cada fechar de punhos desesperado, cada mordida na própria boca para estancar a dor valeu a pena.
Amar, de qualquer maneira vale a pena, e, mesmo cada pedaço sendo esculpido por uma trama mentirosa, em mim era num molde de verdade.
Não abomino a possibilidade de verdade, em pequena porcentagem, e de algum modo não compreensivo aos meus olhos e principalmente a minha alma, mas, infelizmente o oposto predomina.
Primeiro, dia primeiro, o dia. Faz pesar ainda mais o que de algum modo havia sido construído na crença da verdade. Não culpo o dia nem a hora, mas o fato faz por querer próprio a mente esquecer de mandar adrenalina para o meu sangue, me fazendo tremer em calafrios piores do que os da vida na dúvida.
Apesar de ter valido a pena, é com um cenário trágico que enxergo o estado do meu físico, mas ainda mais do meu emocional. A mentira corrói e toma um espaço particular, que me deixou vazia em desfalque. A dor da perda na esperança da verdade soa mais agradável do que na certeza da mentira.
Mentira, tão tomadora que tem seu próprio dia. E eu, que nela, perdi 455 dos meus.

3 comentários:

  1. eu perdi 60 e poucos ó ;
    Te amo Mariana <3

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  2. "A verdade o homem cria, se esquecendo que a criou... torna-se verdade" (Nietzsche). O tema verdade é uma questão filosófica que a declaramos como uma aporia, ou seja, se trata de uma dificuldade lógica no raciocínio: se declaramos que não existe a verdade, essa se tornará uma verdade! não mesmo? por isso, diante desse antagonismo, vou escolher em qual MENTIRA vou acreditar...

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