domingo, 19 de abril de 2009

Piscando

Meus planos de borracha não estavam indo tão bem. A escuridão começou a servir somente para um aumento de meu medo já tão aguçado, que antes, me fazia os pressionar de forma brusca. Como repentina decisão, não curiosa, nem indagosa, mas apenas necessária, ignorei o primeiro plano - falho - os abri de modo rápido, e os fechei, de maneira mais rápida ainda. Logo, lembrei de que o nome era piscar, de que eu piscara. Pude ver, remotamente, em forma de flashes, algumas cores que me cercavam.- Não! Talvez fosse impressão, eu dizia, repetitivamente a mim mesma. Estava tudo escuro lá fora, do mesmo modo como está agora, de olhos fechados novamente. - Disse isso à mim mesma, umas mil vezes, mas, como hiperboleana que sou, dei logo conta de aumentar os 3 flashes que vira para três mil, como argumento para uma repulsa ao que dentro de mim ordenava. Talvez, realmente, os flashes fossem muitos mais do que minha visão já desacostumada a ver pôde observar. E então, dei conta de os piscar, novamente, pela última vez.

Porque, talvez, vendo o meu próprio olho, piscar não faria tão mal à minha escuridão particular. Eu ficaria melhor, piscando.

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