terça-feira, 14 de abril de 2009

Molesto

Amor, tu que de frio e pérvido esquenta a alma
que derrete o gelo sem alguma piedade
e queima sem repulsa os corações humanos
se te contentas em saber que a que te agrada
em mim já fez morada
sim, a tal morte que te agrada
podes então banhar-se em tua felicidade
pois também já se banha em meu vermelho
em todo ele, e dele já está completo.
E a carne crua de onde tu fazias tua moradia
grita em meu peito com lacuna
com voz aguda e desesperada
o que tua impiedade já impôs
e se ainda te contentas em forte agrado
tua entrada por mim não pode ser barrada
se quer desejo te impedir
mas que tu, com teu áspero toque
saibas passar por mim sem rigidez
pois se como teu ego for teus golpes
a que te agrada me matará todo o resto.

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