quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Desfrutando de minha própria solidão
Me consolando e me acusando ao mesmo tempo
Num lampejo de memórias que se explodem
Na cara de quem não as deseja mais ver
Sou meu bronze, minha prata, meu ouro
Sou minha própria decisão e também sou impiedade
Não quero-me debulhando
Não quero-me esgotando
Não quero-me prendendo, mais uma vez, a mim mesma com essas amarras
Quero sossego,
Quero presença,
Quero corpo, alma e cabelos
Quero a sorte de ter-te na tranquilidade
Depois de todos os meus apelos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enquanto você dorme

É porque eu te amo tanto que talvez eu saiba que, desde que te conheci em diante, as coisas tem sentido e caminham pra algo inesperado que pertence somente a nós duas.
É por saber que você está comigo, como sempre esteve, que eu acredite que eu sou alguém importante o suficiente para alguém tão importante como você amar. E isso já é motivo para me manter firme...
É por você saber quem realmente sou que eu me encontrei e não foi nem dentro de mim mesma, mas sim dentro do meu eu que existe em você, que as vezes chega a ser até maior do que eu realmente sou. E é incrível como me encontro tão bem contigo...
É por te querer tão bem que talvez eu me queira bem. O bastante para me manter viva ao seu lado pra jamais te deixar cair.
É pelo que sinto toda vez que te vejo chegando que eu entendo o real significado de conquista na vida, de companheirismo, cumplicidade e do verdadeiro amor.
É por amar seu riso e o querer presente a cada segundo que eu sempre me vejo sorrindo, ao lembrar de qualquer coisa tola que nos aconteceu.
É por te querer incessantemente por perto que perco as horas te encontrando no futuro, onde só nós duas sabemos da felicidade e eternidade do nosso amor em cada sonhos que sonhamos.
É por sentir imensas saudades e necessidade de você que as vezes derrubo de mim o choro, sorrindo por lembrar de sua existência e sabendo que você voltará, me confortando com a sua presença dentro de mim.
É por lembrar de fevereiro, feliz mês em que você, graças a Deus, resolveu aparecer na minha vida pra fazer tudo mudar pra um caminho o qual eu jamais estaria se não fosse você. E é por isso que me mantenho ano a ano te amando cada vez mais...
É por sentir o mundo num abraço toda vez que você me contempla com um, e não querer te largar por me sentir tão bem dentro dele.
E é por te ver assim, ao meu lado agora perdida em seus sonhos, que eu entendo todo o significado da vida e da felicidade. Porque nada, nada nesse mundo me faz mais feliz do que te amar e ter o seu amor.
E é por isso que eu te amo estranhamente demais, minha eterna irmã.

Em branco

Eu estou completamente em branco agora. Completamente. Tenho pensado em tantas coisas, desejado tantas outras coisas, planejado mais mil e... continuo em branco.
Já procurei incansáveis vezes resgatar dentro de mim algo que me faça ser pelo menos um rascunho, mas o que restou das tintas loucas para manchar papéis dentro de mim está escondida por um outro lugar que não é comigo.
Eu meio que quero explodir de raiva de mim mesma por não conseguir me auto destinar mas, eu ainda me defendo com unhas, dentes, espadas e escudos da minha própria ira. Eu sou a culpada mas não quero me julgar assim. Por incrível que pareça, e não sei porque, fazer de conta que está tudo bem e completo tem amenizado minha angústia de viver no nada do branco.
E não adianta mais me enganar estufando o peito e me prometendo um quilo de coragem, perseverança e força de vontade, porque eu já sein que me traio.
Eu estou na beira, quase que pendendo por estar tão assim, tão em branco, e me perco no meu próprio desejo de voltar a ser aquilo que me fazia querer ser meus planos.
Eu sei que preciso voltar, mas não vou mais me prometer nada para não pesar dentro de mim quem eu realmente sou outra vez.
O que me resta é rezar e pedir para que os potes de tintas ou quiçá cartuchos, por mais que meio vazios, caiam sobre o meu branco de linhas vazias. E não precisa nem mesmo me escrever uma carta ou uma linda história sem fim, mas que pelo menos me rabisque pra eu sentir que meu livro ainda é lido e que ele tem páginas para virar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Caindo, talvez.

Eu não sei até que ponto isso é bom e até que ponto é ruim. Eu não sei se estar escrevendo isso é um sinal positivo ou completamente negativo. Mas eu preciso, de alguma maneira.
Por mais que isso sempre tenha existido dentro de mim, é claro que agora, depois do fechar de olhos na noite vazia, isso resolveu gritar por toda parte de meu corpo. Não sei se conseguirei, não sei se será necessário, mas estou tentando calar isso com toda a força que minha mente possui, e ao mesmo tempo rezando para que se estourem os vidros de tanta gritaria com toda a força de meu coração. Mais uma vez contradição...
É engraçado não conseguir explicar, nem pra você mesmo. Eu mesma não sei me dizer o que é que me faz assim, e nem sei o que é o "assim". Não sei se estou passando mal, se estou passando bem, se estou dormindo ou acordada, consciente ou completamente fora de mim, se em terra firme ou pelos ares, se o solo é conhecido ou se estou aqui pela primeira vez...
E agora, pra piorar, eu quero gritar junto com isso, mas quero ter um motivo para gritar. Se isso realmente valer a pena, eu não quero ser a primeira como toda vez sou. Não quero me jogar como toda vez me jogo, a não ser que eu me jogue junto. Eu não quero estar a frente, eu quero estar do lado! E se não valer a pena, eu vou querer que comece a valer, eu conheço minha teimosia e sei que ela não me deixará ficar em paz ou ignorar o fato de meu peito estar dançando completamente fora de ritmo.
Eu não sei de todas essas coisas mas ainda assim eu sei que alguma coisa isto é. Desconfio do que seja mas tenho medo de pronunciar seu nome.
Eu já sei do meu gosto por "quedas", e não tenho aversão alguma a começar a cair agora mesmo. Eu até quero cair, desparada... Mas, dessa vez, eu irei abrir o para-quedas se me ver sozinha no ar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ardo no fogo da incerteza de não saber onde pisar.
Piso na certeza de que meu passo é incerto.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que se faz ao se deparar com a morte? Não com a sua mas, talvez, a de uma parte sua.
E ver a vida dependente de teus movimentos ágeis e precisos. E se você falhar? A morte seria sua culpa, ou é assim mesmo, ela joga a culpa em você?
E se você desse um passo, apenas um passo incerto, talvez a culpa te corroeria aos poucos e a morte seria o teu desejo mais profundo.
Eu não sei bem o que dizer tão pouco descrever, mas o que de fato eu afirmo é que dói.
Desejo que se apague de minha memória o que com dor e desespero presenciei. E que suma de minh'alma qualquer vestígio ou suspeito de vestígio de memória desse dia. Quero esquecer tuas feições sombrias, teus movimentos entregues aos meu braços tão fracos e tão fortemente forçados a trabalhar para não falhar e então, trazer de volta o sossego.
Não poderia aguentar nem mais um segundo daquilo. E os segundos que se posteriorizaram daquilo foram também do agudo da angústia. Quero esquecer-me disso também. E de tudo aquilo que possa ter feito de mim um ser só, não tão só mas, solitário no centro frio que é sentir a morte a um passo de onde você se encontra.
Nunca mais. Desejo este nunca com todo o meu sempre, pra durar a eternidade.
Te ver em vida, torna tudo aquilo mais fácil para mim.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sem fim...

Me atentarei a cada movimento
Me guardarei na esperança de distrair-te num sorriso,
De cegar-te de amor,
Para sermos, então, par cego.
Me inserir por esta estrada a dentro
Sem ter medo de não voltar
Perder-me nos botões de passagem
Ao louco delírio dos teus braços...

domingo, 28 de março de 2010

Fatalmente:

Eu tenho sede de amor!

Carbo

Cheirava à doce, com um pico de chão molhado. E mesmo sem abrir os olhos eu podia enxergar que do lado de fora o dia estava em tom de cinza. Do lado de fora.
Retomada pelo raciocínio, em minha volta eu via do mais belo ao perfeito agudo. Era a transação dos elementos, a melhor das combinações.
Cheirava à doce, e olhava também. E dentro daqueles olhos eu podia ver os dois lados, ou três, ou quantos fossem. Eu via o bem e o mal, o sadio e o masoquista, o sano e o doentil, o curável e o sem saída, tudo combinado da maneira harmônica que formava a canção que era o entoado de sua voz, a qual, por sinal, também soava doce, e do doce viciante.
Sem querer ter forças para mexer qualquer parte minha, para assim não vir a desarrumar o molde perfeito que se formava entre meu corpo e o dele, pude perceber o sol nascendo eu seu rosto. E só podia ser no dele, que tranformava qualquer tom de cinza num arco-íris.
Ele sorria doce, e o mel me fazia parecer leão em frente a carne fresca, e eu sabia bem onde ir para me adocicar os lábios. E sem pensar e, pra que pensar, fui tratar de fazer meus lábios pararem de se morder de desejo.
Repeti a sobremesa por cerca de dez vezes, sem cansar - não costumo me enjoar de doce - e dançavam doce, lábios em movimentos certeiros ardendo em chama.
Era quase irracional o modo como o fogo nos queimava a pele. Eu podia o sentir em chamas, e eu gostava de misturar as minhas com as dele. Parecia cada vez mais impossível esquentar mas, esquentava mais, a cada vez que a ponta de seus dedos percorriam minha pele, contornando cada curva e cada linha, de cada parte do meu corpo. Queimava, queimava muito, derretia o doce e eu podia o sentir não só no paladar, mas em tudo.
Eu não me preocupava com nada, e nem queria perturbar ou ocupar minha mente com qualquer outra coisa que não fosse sentir o ímã de seu peito puxando o meu ferozmente para mais perto. Não havia mais espaço, mas eu temia não poder me aproximar mais, e incansavelmente me apertava contra o seu peito, tanto, que foi se curvando, fazendo mais uma volta pefeita do que eu chamaria o caminho do que para mim era tudo.
Deixei o mel escorrer por meu pescoço, curvando e cabeça e com os olhos em delírio. Até o mel queimava em contato com minha pele. Eu ardia na insana delícia de sentir que aquilo poderia jamais acabar, e delirei ainda mais.
Dalí, o mel escorreu por toda a minha chama, e eu já não sabia como voltar ao que muitos chamariam de realidade. Então, despejei meu doce - em chamas - no doce que transpirava por sua pele, e os deixei brincando, como brincavam nossos lábios.
Portanto, a cor do dia já não era mais em tons de cinza, mas eu não poderia confirmar a tese, pois da luz do mesmo não tomei nota pelo resto das horas. Passei o dia brincando, as horas ardendo, os minutos ecoando delírios dos delírios do doce de seu doce, os segundos suplicando para que aquilo jamais acabasse...
E o chão molhado naquele dia, não secou..

domingo, 3 de janeiro de 2010

Demolindo a construção

De impressão a impressão me desapego de tudo o que havia concretizado antes. Todos os que pareciam sonolentos, tem uma nova chance de parecerem carnavalescos em minha mente. E todos os que viviam para elas, agora podem ser meus.
De momento a momento, concretizo a ideia de que nada mais concretizarei. Eles mentem, todos eles, e elas também. Mentem com o olhar, com o abraço, com o calor falso que transpiram. Mentem com o prazer momentaneo brevemente esquecido.
De palavra a palavra eu construo minha própria poesia de vida, do começo, passando pelo meio e indo ao fim, que não existirá. Mas, claro, isso não é nada concreto.
De desculpa a desculpa todos vão seguindo da maneira mais conveniente possível, até que acabem não desculpando a si próprios. Ah, mas é só o inverno de novo, todos dirão. " Há quem do inverno goste. Há quem nele se apegue ". Porque nem todas as histórias de amor ou de boa lembrança são escritas no verão.
De pedaço em pedaço construo a escultura do corpo desejado há anos. Não na mentira de meu corpo todo, mas na mais pura verdade, uma das mais, exibidas pelo meu peso de carne e osso.
De verdade a verdade vou chegando mais perto do que no meu conceito - que é não ter conceito - , e vou transbordando pra quem o copo quiser encher.
De copo em copo a razão se perde, não a minha, nem a de quem de razão não quer ser cheio, é concreto, porque tudo pode mudar.
De mudança a mudança o sol pode vir tomar lugar da lua, o que é uma boa metáfora para se encaixar no que anda se passando. Aí, quem sabe, todos mudem pelo menos uma coisa que era " concreta " para cada um deles e entendam, que na verdade não era. Mas isso pode ser difícil de entender ou querer entender.
De preguiça a preguiça, o copo esvaziou completamente. Mas este é um encerramento que eu não posso escrever, porque ele pode não ser concreto.