segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Primeira batida - Queda livre

"...Incontáveis vezes, desejei a morte de qualquer outro sentimento em mim. Só esse bastava. Por diversas vezes acreditei que meu sangue nisso fosse preencher a ferida que era imaginar que sua fraqueza te faria ceder.
E enfim, depois de abismos de queda sem fim, incontáveis metros, quilômetros de queda livre, algo me segurou, me parou no caminho. Suas mãos pela primeira vez tocaram esse ser entregue com real vontade. Me impediu de cair, por um bom tempo. Suas mãos, meu menino, me seguraram e não deixaram que eu caísse da ilusão para o cruel realismo de uma vez só. Te ter, mesmo que daquele jeito, era te ter e pronto. Era poder denominar o tempo que passava em chão firme - ou não - de viver.
O que tu achas que foi para mim estar próxima, tão próxima à minha fonte vital? Eu só conseguia enxergar o que via em minha frente, à frente de tudo, mesmo que não em presença, e era você.
Eu morri umas mil vezes dentro dos seus olhos. Morri mais umas mil dentro de seus braços. Desejei me prender em ti, um milhão de vezes. Se eu só enxergasse seus olhos, poderia não ver a luz de mais nada. Te ver, frente à mim, era o meu maior sentido. Só contigo me senti viva, e me sinto, todas as vezes que lembro daquele seu sorriso, sabe? O meu preferido. Quando sua testa estava junto à minha, seu olhar ao meu, e você me sorria torto, como se eu fosse o foco da sua alma, eternamente. Como se eu fosse, o que você é pra mim.
Meu primeiro, meu eterno, te vi jogar tantas vezes meus braços, meus laços pela janela. Te ganhar num só movimento era o suficiente para me manter viva. Entende, tente, você era o que me fazia viva. Era só contigo em frente ou em imagem, que eu sentia que ainda havia sangue, que ele era quente, e que havia algo que batia, em velocidade máxima, fora de controle, em total desarmonia com o resto de mim, que devia ser meu coração. Era contigo, somente contigo que o ar que eu respirava passava pelos pulmões, ou me dava uma razão para acreditar que aquele ciclo era essencial para mim. Somente contigo, o tato do meu corpo voltava, meus sentidos, todos, afloravam, e eu só os queria para usar contigo. Para te sentir. Só te sentir, me fazia viva. Só te sentir, me fazia ver que eu ainda estava situada em algum lugar que não fosse o abismo que eu caia sempre que tu abria seus braços, os laços, de minha volta.
Os caminhos se estreitavam por mim, e você, meu amado, nem sempre estava à espreita pra tentar me tirar ou me guiar para o lugar certo.
Quantas vezes eu fechei os olhos e te vi claramente, cada semblante, cada detalhe, me pedindo pra não desistir de ter em mãos o único caminho que eu desejara seguir. Seus olhos, todas as vezes, acenavam no meu caminho, escurecendo a vista dos meus.
Tu devia ter entendido. Dei meu sangue até a última gota, chorei até secar a última lágrima dentro de mim, dei minha força até que eu despencasse, em queda livre.
Meu pequeno, meu amado, minha razão, eu busquei por ti nos oceanos mais profundos, nos destinos mais distantes, nos caminhos sem trilhas, nos céus em que o ar me faltava. Eu te busquei, amado, até onde um coração aguenta, ou simplesmente não existe mais. E o inferno chegou. Se quer me entorpecer resolveria. E então eles vieram, os fôlegos arrastados. Perigo. Perigosas, mortais passagens em minha cabeça. - Se tu soubesses, minha vida, como queria ser a sua - . Te sentir distante, fez eu perder os sentidos novamente. Sabe o que é não ter mais forças para lutar, pelo que é tudo para ti? Sabe o que é perder a fala toda vez que lembra de um único rosto? EU TE IMPLORO! ME ENTENDE! Eu dei tudo de mim, eu fui até onde eu ainda existia. E mesmo que sem ti, sem meu ar, minha vida, eu não tenha sentido, preciso tentar recompor e reconstruir qualquer coisa que sobre. - Sobrará? - . E só de pensar, que eu não vou mais estar em casa, e correr o risco de te ver arrombar a porta e me pegar, me levar... o inferno está bem mais próximo do qu pensei que ele estivesse.
Te garanto, meu destino, eu morri milhões de vezes, pelas palavras que precisei dizer, pelo fôlego que faltou durante um bom tempo, pela força que não te fiz ter. Morri, morro à cada dia em que tomo mais consciência de que perdi metade de mim, mais, que perdi a luz dos seus olhos, que para os meus dias, é perder a glória.
Eu estendo um tapete por onde quem te encontrar pelos cartazes estampados na minha alma, possam te trazer pra mim. Ainda restam tropas de um amor sem fim que te procuram. E definitivamente, a esperança é a última a ter fim nessa e em outra qualquer loucura.
Me procure, em versos, ruas, portões... lembranças..."

E enfim, depois de abismos certeiros, de incontáveis metros, quilômetros de delírio de um corpo agora sem alma, vieram, de mim, incontáveis metros, quilômetros de queda livre. Sim, queda livre... e eu ainda te amo.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Primeira batida - Quando um coração desperta

"...E foi como se eu sempre soubesse de sua existência, meu primeiro.
Você despertou um coração. Deu a ele a primeira batida, a que ele jamais esperara ter.
Ele bateu, durante todo esse tempo pelos seus olhos, os únicos olhos, que eu desejava morrer dentro.
E eu morria, a cada segundo que passava pensando no como seria terrível perder o calor que até mesmo em sua ausência eu sentia.
Assim que eu dei por mim, eu não estava mais aqui por minha causa. Eu tentava dançar outras melodias, gritar por outras piedades, desejar outros braços, lutar outras esperanças...mas nada fazia meu coração bater, como na primeira batida.
Foi como se em meu peito tivesse dormido todo esse tempo. Foi como se meu peito tivesse servido de ninho. Foi como se ele só estivesse esperando, para realmente me fazer viva, para bater, a primeira batida.
Tu despertastes, meu encanto, tudo o que um peito tão só não conhecera. Eu esperei por ti na minha ilusão particular. Te esperei sem saber que esperava. E ao despertar esse prisioneiro teu, foi como se eu sentisse todo o vermelho do mundo dentro de um espaço que era tão limitado.
Tu ouvistes? Meus gritos? Suplico a existência para me manter segundos ao seu lado. Só te olhar, meu amado, já é divino!
Eu já não conhecia nada ao meu redor. Não tinha consciência dos lugares que sempre andei, da minha própria rotina. Te tomava a cada dia, tu já tinhas se tornado meu alimento. Te sentia inteiro, dentro de mim!
Acreditar fez parte do delírio em que meu corpo todo se encontrava. Te dediquei meus dias, minhas noites, sorrisos e mente. Tudo o que podia, meu amado, tudo! Tu tinhas que entender, ao menos entender, que não havia mais peito, mais coração, não havia mais noites com sonhos, manhãs em que o sol nascesse de novo, nem se quer um dia em que meu peito bateria, como na primeira batida, se não houvesse mais você.
Meu amado, meus dias são tua escolha. Minha alma segue somente um caminho: o de te amar inteiro.
Tu te tornou não só responsável pela primeira batida, mas sim por todas as outras depois dessa. Todas as de verdade.
Entende, por favor, eu vagaria infinitos, eternidades ao teu encontro. Eu enfrentaria exércitos de solidão pelo tempo que fosse, se eu soubesse que tu serias o destino dessa minha jornada.
E assim, me entreguei. Já não me pertencia mais. O destino de continuar tendo sangue quente pulsando nas veias, de sentir os batimentos - como o primeiro - de um coração que suplica sua presença, estava nas mãos de quem me tinha em mãos.
Eu só espero/esperei/esperava a tua convicção vir tão forte e rápida e dominante como a primeira batida.
Os dias, todos, sem pisar no chão, sem sentir firmesa. Os dias, todos, respirando com dificuldade, engolindo com dor, e tendo a dormencia de meu corpo como recurso para cair em sono.
As noites, todas, eu saia do chão, sem consciência. As noites, todas, lutando para não respirar, engolindo a sede de te ter ali à seco, e tendo a adrenalina que percorria incessante em minhas veias como recurso para cair em febre, em doença, em que eu sabia bem minha cura.
Eu descobri, meu pequeno, que eu te amo! Amor sem refúgio, sem escolha. Mas tu eras e sempre seria minha escolha. Eu descobri, que pra sempre, independente, tu serias meu eterno amor. Meu eterno responsável pela inconsciência própria.
Temendo: estou sujeita a morrer na minha própria escolha. De alguma maneira, eu confio na morte..."

A primeira batida - quando um coração desperta... eu te amo.

Acalanto

Poesia de suas palavras, meu ombro, são meu descansar, segurança.
Poesia de suas palavras, minha luz, são as que me permitem cair em sono, em noites frias ou quentes, de dor ou sossego.
Te ver chegar me fez abrir os braços. Te salvar da escuridão, deu à mim também a luz. Te ver sorrindo, minha graça suprema, me encheu de força, de vontade... de força de vontade!
E se teu corpo suar de desespero, e a alma não te deixar engolir sua sede, quero te ver chegar, quero te abrir os braços. Te salvar da escuridão, te levar à luz. Te ver sorrir ... - ... me ver sorrir... - ...e em graça suprema, te encher de força, de vontade... de força de vontade!
Se o medo te fizer reprimir o corpo, torcer a alma, sempre vou estar perto o bastante, e lhe segurar num abraço, o maior dos abraços, te pegar as dores, te ninar num acalanto de puro amor, pra que tu inteira descanses de toda angústia. E não te deixar despertar, até que o sol te acorde por si próprio.
Acalanto, minha poesia, sua poesia, acalanto de amor. Nos uniu em força, a nossa força!
Surgiu como vento surge. Nasceu como se nasce a esperança. E fez, como típico de si, Maisa, eu te amar.
Nem que eu tenha que me afogar para secar suas lágrimas, nem que eu tenha que perder a força nas pernas, cair de joelhos, eu te segurarei, minha segurança, e cantarei para ti ninar, mais um acalanto.
Poesia de seu olhos, meu encanto, me dá força, a nossa força!
Poesia, a nossa, nos faz ter força, a nossa força, pra sempre!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O que chamamos de lacuna

Fim. É assim que se chama o inferno de dores que deixam um corpo mole e uma alma vulnerável.
Fim. Meu corpo se quer me obedece quando ouve essa palavra, e eu já não tento mais lutar contra.

- Não sei quanto a ti, mas quanto a mim, deixarei ser invadida por lembranças e saudades. Não sei quanto a ti, porque lembranças é pra quem sabe ter, e saudade é pra quem sabe sentir.

- Deixarei-me sentir, o mais profundo possível, cada toque, relembrando com perfeição, sentindo seu cheiro, suas mãos, e vendo detalhadamente cada traço mínimo do seu rosto.

- Me dói, como se eu fosse explodir. Como se tivesse havido uma explosão de sentimentos, de tudo o que eu tinha, de tudo o que eu teria, de tudo o que não tenho mais.

- Esse é meu último fim de todos os finais. Meu último apelo, desabafo, a última angústia. Eu te pedi pra não ter surpresas.

...E tem uma lacuna...

Liberdade tem gosto de explosão I

Começando com meu fim, primeiro sinal de que a liberdade se encontra longe daqui.
Liberdade é poder estar longe, e os olhos permanecerem secos. É enchergar além do que você conhece, é poder respirar sem sentir dor .Mas a minha, a minha liberdade, é ser similar, cativante a quem cativa, sentir a glória. É seguir os passos sem marcação, os seus passos. É sentir milhares de sentimentos ao mesmo tempo, até a dor, e saber pra onde você tem que guiar, sem coordenadas .É poder te fazer livre, dentro da minha própria liberdade escondida, camurflada. A minha liberdade, infelizmente, não é válida. Liberdade no mundo é capital, é estar livre do que mexe com você, é não querer nem poder abraçar o que te faz sentir algo que você designa que é mal. Então a liberdade é explosão. Tem gosto de pólvora. É você não querer o que pode, é só se afastar, ignorar.
A minha liberdade, por mais que seja como plástico, leve, frágil e transparente, não tem medo de amar. A minha liberdade é de verdade, é livre do medo, pronta pra explodir. A minha liberdade tem gosto de explosão!

E que você me faz feliz, anjo.

Em meio a tanto o que eu tenho pra falar, há algo, que, de uma meneira bem específica, é mais especial. E pouco importa os aflinjos que passo, quando tenho uma coisa assim, tão da forma mais extrema na minha vida. Em meio a tanto o que eu tenho pra falar, que é tão diferente do que vou escrever, prefiro me aprofundar em algo que acaba de comerçar a existir, e me faz completa, do que em algo que acaba de ter fim, e me arranca um pedaço. O mundo não é assim, tão injusto. Numa época em que tudo o que tenho que ver, são os créditos, ver o segundo lado, o melhor lado de tudo. E ao seu lado, tudo é melhor!Na hora certa, a pessoa certa. Na verdade, me pergunto se você realmente é humano, porque, é impossível aos olhos de quem está acostumada a ver as coisas de um jeito tão ruim partirem dos outros, encontrar, em meio a nuvens escuras de uma tempestade duradoura até demais, um único raio de sol, que confio que fará o verão chegar por aqui.
É como uma melodia triste, sozinha, tocando. Tão triste em suas notas tão particulares ao ponto das pessoas quererem fugir dela, para não sentir a agonia lhes aprofundando a alma, porque o som tem esse poder.Era como uma sinfonia desgraçosa. Um espetáculo que ninguém pagaria pra assistir. Como ruídos de um só instrumento, sem complemento, um som temido. Mas encontrado agora, situado, tem companhia e assim,fecha-se em uma sinfonia de ares limpos, livres, amáveis, com vontade de ecoar por ai, e fazer todos o ouvirem, o sentir...se sentir.Você me enche com tamanha felicidade, em meio a uma tristeza literalmente sem fim. É tão forte tua 'presença', que em tão pouco, me faz conseguir sentir o que é te ter, mesmo com uma perda.
Eu ganhei você. - um, dois, três... suspiros....conforto!- nós nos temos para sempre. - e mesmo como clichê dos maiores, é com uma paisagem de calmaria que te vejo ao meu lado; vento com sol, grama verde e céu azul, vermelho de corações em paz, confortados, amantes do amor.Mesmo sem saber como, porque continuo aqui de forma perdida, eu preciso, de algum modo, dizer que eu te amo. E que você me faz feliz.

Amor Inteiro

Eu te amo tanto, mas tanto, que meu peito chega a se fechar em dor imensa. E mesmo que com dor, meu amor cresce, de maneira a não caber mais dentro de mim.
Te amo como meu último desejo. Te amo como exagero de palpites acelerados de um coração que quer voar de meu peito.
Te amo como se não houvesse mais razões à amar. Te amo com o meu melhor, pior, maior, menor...inteiro.