sexta-feira, 6 de março de 2009

Pró luzes ou vozes?

Sentindo fortemente a falta de poder me deixar ser invadida por isso. De poder sentir as borboletas fazendo festa no meu estômago, de enrigecer meu peito e punho ao pensar numa possível "não morte" daquela minha metade. - Num instante pouco duradouro algo à tona retrucou dentro de mim: "Mariana, bata com as costas da mão na boca, agora!" Tentei ver nexo nesses sons, que estavam mais para ruídos dentro de mim naquele momento. Tentei entender, até obedecer...Desisti - .
Seria ou não viável morrer um pouco mais? E se morrer ainda fosse bom, energizante, gratificante...?- E de novo a vóz dizia "Bata nessa boca, bata!"
Algumas luzes invadiram minha janela de graça hoje. Me assustei com a reação - o corpo já desacostumara à esse tipo de contato com o claro - e chegou a passar em minha cabeça se cortar a corda seria uma opção aceitável. - De novo: "Bata, bata! Logo!" - .
Talvez obedecer a minha sanidade tão fora do comum pudesse ser a atitude mais propícia. Mas pelo sim e pelo não, ficaria com o gelo raspante ou o fogo do martírio? Adrenalina, efusão, ou comodismo de uma convicção possivelmente correta, que na verdade era incolor? - "Não bata. Agora pense" - .
Pensar estava totalmente fora de cogitação, mas não deveria estar. Talvez a minha, a nossa salvação estivesse na dor de algumas veias e mais alguns neurôneos bufantes dentro deste oco completo. Isso parece tão impossível agora.
E as luzes que entraram de graça pela abertura deixada sem percepção, foram aumentando, surpreendentemente, assim como vieram. - "Feche-as, agora! Feche as janelas!" - era quase um súplico. Teve de me perdoar, é incontrolável, interminável, inesperado, ultrapassando o extraordinário. É pra mim.
Todos os pensamentos que eram evitados há todo esse tempo foram soltos, libertos de uma única vez, fazendo a loucura dentro do meu "oco" já não tão oco piorar. A realidade tem gosto de tristeza, agora. A tentativa tem gosto de insanidade aos meus olhos sã...agora.
As luzes só deram sonhos ao meu sono, mas não me fizeram acordar. Nem em paz, nem gritando.
Mas como resposta, a janela ainda está entreaberta.

Um comentário:

  1. Talvez deva abrir toda a janela, e ver toda a oportunidade, não meia orportunidade, mas toda ela. Talvez queira mesmo estar no olho da tempestade.

    Só precisa de um bom motivo!

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