segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que se faz ao se deparar com a morte? Não com a sua mas, talvez, a de uma parte sua.
E ver a vida dependente de teus movimentos ágeis e precisos. E se você falhar? A morte seria sua culpa, ou é assim mesmo, ela joga a culpa em você?
E se você desse um passo, apenas um passo incerto, talvez a culpa te corroeria aos poucos e a morte seria o teu desejo mais profundo.
Eu não sei bem o que dizer tão pouco descrever, mas o que de fato eu afirmo é que dói.
Desejo que se apague de minha memória o que com dor e desespero presenciei. E que suma de minh'alma qualquer vestígio ou suspeito de vestígio de memória desse dia. Quero esquecer tuas feições sombrias, teus movimentos entregues aos meu braços tão fracos e tão fortemente forçados a trabalhar para não falhar e então, trazer de volta o sossego.
Não poderia aguentar nem mais um segundo daquilo. E os segundos que se posteriorizaram daquilo foram também do agudo da angústia. Quero esquecer-me disso também. E de tudo aquilo que possa ter feito de mim um ser só, não tão só mas, solitário no centro frio que é sentir a morte a um passo de onde você se encontra.
Nunca mais. Desejo este nunca com todo o meu sempre, pra durar a eternidade.
Te ver em vida, torna tudo aquilo mais fácil para mim.

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