quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Falling Slowly

Isso deve ter vindo do céu. Isso só pode ser do céu. É um pedaço do céu, e até nas unhas guarda vestígios do paraíso.
Esse incomum tão desejado, o fora da rotina que eu mais quero aderir e, ainda não sei o porquê.
Do mel dos olhos não se acha sinônimo, se quer do melado dos lábios. E eu quero doce, eu amo doce.
Os poucos pássaros que sobreviveram ao ouvir tua voz, estupefatos, me disseram que da cor de suas penas não se extrai beleza como a de tua pele. Disseram que foi deles que a semente caiu e semeou, e que deve ganhar força nas raízes.
Te destrair, disseram pra eu te mostrar e contar com você as cores do arco-íres. Disseram que só importa que nós deliremos.
Avisaram, que não preciso ter medo da queda, pois o voo é destraidamente lento, mas delicioso.
E plantado este amor, deve-se ganhar forças nas raízes do chão onde jamais esperavamos pisar.
E só importa que nós deliremos.
O som da gaita falhou, hesitou em seu mais profundo tom, o qual nunca havia errado, ao ouvir a frase gargalhada que soltei no vento: Me balance, me balance como o mar que te faz bambear as pernas!
As luzes piscaram, falharam e apagaram de vergonha ao passo que você chegou abrindo os olhos, iluminando pelo menos mais nove quadras dalí.
Dias para os meus olhos sem te ver, são como par em solo.
Os meus olhos se fazem de espelho pra refletir e gravar em mim quando seus lábios escrevem no ar as palavras de que jamais quero esquecer. E te dizendo isso agora, a lua sorri em paz.
E mesmo que eu não conheça todas as espécies de flores, vou plantar todas que eu puder no seu jardim, pra infeitar tuas manhãs.
Me deixe ficar mais alguns instantes? Me deixa ver aquele seu sorriso, o meu preferido?
É o homem em ti que me faz querer continuar caindo, lentamente.
E, por favor, não importa o quão boba eu pareça, continue a brilhar, continue a contar as suas histórias de quando ainda não era em teu vento que estava minha única maneira de viver.
Por mais que a chuva esteja fazendo meus cílios pingarem, meus cabelos pesarem e eu franzir o nariz, não pare de esbanjar as drogas que saem com o som da música das cordas de sua garganta, que arranha a minha, que me seca a boca, que me faz morder os lábios e tremer sobre os dentes assustadoramente fissurados em se mostrar na sua frente.
Eu estou caindo lentamente, por onde eu nem sei denominar o que seja, mas ainda assim, é clara a vontade de continuar a cair, a soltar os braços e pousar os lábios no sorriso mais feliz.
Eu estou caindo lentamente, e ainda assim não dá tempo de pensar em tudo, em nada do que é você por completo.
Eu estou caindo lentamente, mas não deixo de lembrar que seu rosto é uma terra misteriosa e maravilhosa.
Eu estou caindo lentamente, mas não me pegue, jamais. Eu estou caindo por querer sentir a ofegância e a adrenalina da aventura do amor. E te amar, é a minha mais nova aventura preferida.

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